terça-feira, 28 de abril de 2015

KTR 2015 - O Retorno!

Se tem uma coisa nessa vida que mais me motiva são desafios. E na corrida não é diferente. Ano passado quando participei da KTR (relato aqui), e desisti na metade da prova, eu fiquei com aquele fantasminha ali bufando na milha orelha: você precisa ir lá e fazer a prova completa. Eu já sabia o que eu iria enfrentar montanha acima, e desta vez fui bem mais preparada, tanto psicologicamente, quanto com comida/material.

Tem como não se apaixonar pela beleza desse lugar?


A KTR é uma verdadeira CORRIDA DE MONTANHA. Com altimetria respeitável (26km com 2700+), é uma prova com uma progressão muito lenta, em que muitos momentos, nós amadores não conseguimos desenvolver corrida. Tanto as subidas, quanto as descidas são extremamente truncadas, com subidas em cordas e descidas onde é praticamente impossível correr e o melhor jeito é descer de ski-bunda. Vi muita gente durante a prova reclamando que não conseguia correr, que era muito difícil, mas como eu disse é Corrida de Montanha, uma das poucas que temos no Brasil e é diferente de Trail Run onde você corre por trilhas e estradões mas que você consegue correr de verdade (mas isso é assunto para o próximo post =]).

Vamos à prova. Este ano a retirada de kit foi na sexta e junto houve um congresso técnico, onde explicaram tudo sobre a prova, altimetria, dificuldades, equipamentos obrigatórios. Ali também fizeram a checagem dos itens obrigatórios, o que eu achei bem interessante, pois fazendo isso eles mostraram a preocupação com a segurança dos atletas na prova.

A logística para chegar até o local da largada foi a mesma do ano passado, deixávamos o carro no campo de futebol e seguíamos até lá com as vans da organização. Como eu não queria chegar em cima como no ano passado, cheguei lá às sete e correu tudo bem. Mas ouvi relatos de uma galera que foi transportada na caçamba de caminhões (oi gente? cadê a segurança?).

Pré-prova acertando os últimos detalhes rs


Galera do Running Club em peso, e antes da largada, eu, Barbara, Gu e Will combinamos de fazer a prova juntos, for fun, sem pressa e curtir. E assim seguimos morro acima, muitas risadas, muitos tombos, pausas para piqueniques rsrs e a busca incansável pela onça. Olha, fazia bastante tempo que eu não me divertia tanto em uma prova. 

Time!


Will e eu, na crista da Serra Fina


Um elogio importante à organização: a marcação este ano estava impecável, impossível se perder. Foi um erro grave do ano passado que vocês corrigiram e mandaram muito bem. Parabéns.

No topo do Capim Amarelo

Na primeira descida, do Capim Amarelo a Barbara desceu bem e abriu um pouco de nós, fechamos, eu, o Gu e ou Wil, os primeiros 16km em 4h30.


Pausa para comer e reabastecer a mochila com água e partimos para os últimos 10km. Ali já nos avisaram que a subida para o Tijuco Preto seria bem dura. Uns 3km depois nos deparamos com uma fila, e encontramos novamente a Barbara, o Wil e o Fábio. Era uma subida com corda em uma pequena cachoeira. Neste momento, a prova de 8km cruzava com a prova de 26km. Ficamos ali 40' até conseguirmos passar... e teve de tudo, pedra rolando e atingindo a cabeça de uma atleta (graças a Deus não aconteceu nada de grave), depois que passamos teve enxame de abelha atacando a galera... coisas da natureza que estamos fadados à encontrar correndo este tipo de prova. O erro aí foi cruzar as duas provas, no regulamento falava que a prioridade era dos corredores de 26km, mas na prática não foi isso que aconteceu, e ficar ali 40min parada esperando para passar não foi nada agradável, desaquecemos, perdemos o ritmo, e p#*$#, são 40 longos minutos a mais no tempo final. #chatiada

Esperando na fila da corda 40'

Depois desse contra-tempo subimos a interminável subida até o topo do Tijuco Preto, onde uma neblina densa já tomava conta, e os primeiros sinais que a noite estava chegando começaram a aparecer. Mais uma descida na lama, mais uns tombos, lanterna na cabeça e os últimos 3km foram no escuro (já falei que tenho medo de escuro). Eu e a Barbara acabamos abrindo um pouco dos meninos na descida e fechamos a prova juntas em 8h25'49". 

Chegada, Valeu Ba!!


Confesso que foi uma sensação indescritível terminar essa prova. Finalmente missão cumprida. Finalmente KTR Finisher. Para quem gosta de desafios e provas casca grossa tem que correr a KTR.

Para finalizar, eu não poderia de deixar passar em branco uma reclamação de todos os atletas que estavam dependendo do transporte da organização. Após correr por toda essa piramba, todos estavam cansados, com frio e com fome (e isso não é drama), ficar ali na fila esperando mais de uma hora para conseguir descer para a cidade foi muita sacanagem. Sei que a logística é difícil, que acontecem imprevistos e tudo mais. Mas foi muito sofrido ficar ali, vi gente indo embora a pé pra cidade. Sei lá, sei que tem poucos lugares para estacionamento, mas é preciso encontrar uma solução, para que problemas como esse não estrague a incrível experiência que é correr esta prova.

Parabéns especial para todos os alunos The North Face Running Club que enfrentaram mais esse desafio! Vocês são demais!!

Próxima parada... Endurance Challenge Agulhas Negras!