segunda-feira, 10 de agosto de 2015

KTR Campos do Jordão - Como foi??

KTR é sempre sinônimo de prova dura, casca grossa, altimetrias insanas e todos os adjetivos possíveis relacionados à provas difíceis. Confesso que para essa prova eu não dei a devida atenção que ela merecia. Não botei tanta fé que ela seria tão dura. Sei lá acho que olhei a altimetria e achei bonitinha e não prestei atenção no quanto subia os últimos 6kms... rs



Não botei fé e me lasquei. Mas fiz tudo errado. Comi mal o dia todo anterior à prova, fui dormir super tarde e o pouco que dormi eu dormi mal (meu colchão era tão ruim que parecia que eu estava dormindo no estrado rs). Acordei estragada, comi mal porque estava com o estômago ruim. E pra piorar não levei comida o suficiente para a prova. Sempre levo muita coisa, e sempre sobra mais da metade. Dessa vez levei 1 gel e 4 bananinhas. Que burra, dá zero pra mim. Esqueci de comprar batata pra fazer, azeitona pra levar e fui pra prova sem nada salgado. Estava fadado à dar alguma coisa errada.




Comecei com aquela sensação de não vai dar. No km 3 eu já queria desistir. E fui lutando com a minha cabeça. O lugar era lindo, e o visual ajudava a dar um Up no ânimo. Quando começou a descida, eu me empolguei. Desci forte, bem segura. Virei o pé depois de uns 3kms de descida e dei uma segurada. Quando faltava 1km pra terminar a descida as pernas e joelhos já sofriam com o impacto. Já estava ficando sofrido descer, e eu já torcia pra chegar logo na subida... Eu só não imaginava que a subida seria tão dura.


A prova era auto-suficiente, ou seja, não tinha pontos de abastecimento de água. Já estava avisado, então você tinha que se programar. Eu bebo muita água, ainda mais em um dia quente como estava. Larguei com a mochila cheia, quando eu cheguei no fim da descida, após 15km eu já não tinha mais nenhuma gota. Um senhor que estava regando as plantas do seu jardim gentilmente me ofereceu água e enchi novamente a mochila. Antes de começar a subida, onde tinha uma ambulância também tinha uma mangueira em uma casa que alguém também gentilmente disponibilizou. 



Neste ponto, encontrei o Guilherme, aluno do Running Club, que naquele momento, havia desistido da prova. Confesso que nessa hora pensei em desistir também. Tirei o tenis pra ver a bolha que formou no meu dedão. Pensei e resolvi continuar, insisti com o Gui e ele resolveu seguir comigo. Ter alguém conhecido por perto reanimou as energias... por pouco tempo... rsrs



Começamos a subir, e 1km depois eu comecei a me sentir mal. Escureceu tudo e começou a me dar enjoo. O sol estava muito forte e o calor estava pegando. Sentei e várias pessoas se prontificaram em me ajudar. A Tomiko me deu um omeoprazol e uma club social. Tomei o omeoprazol e não consegui comer a bolacha por conta do enjoo. Guardei pra depois. Continuei subindo, mas a cada 10 passos minha frequência cardíaca subia muito, me dava ânsia e suava frio. Parava sentava e assim fui indo no passo da lesma. Foi um 1km nesse passo de lesma, o GPS marcava 17km, ainda faltavam 4km, eu não sabia o que fazer porque naquele estado eu não sei até onde chegaria. Foi quando a Ju Salviano passou por mim. Me viu sentando e perguntou se estava tudo bem. Expliquei o que estava sentindo e ela me deu um saquinho com azeitonas. NUNCA uma azeitona caiu tão bem na minha vida inteira. Sério, a azeitona entrou e a energia voltou. Vou agradecer eternamente à Ju por aquelas azeitonas. O meu mal planejamento para a prova cobrava a conta. Daí por diante consegui subir bem, comi a bolacha da Tomiko mais adiante. Agora era só subir até a chegada. Quando bateu 18km minha água acabou. Juro que me deu vontade de chorar. Meia hora depois a água do Gui também acabou. E de quase todas as pessoas pelo caminho. Acabou a água de muita gente. Um ou outro que tinha e se prontificava. Mas nunca passei tanta sede na vida. Faltavam só 3km, mas eram inacabáveis. Quando bateu 20km, olhei pra cima e vi um morro sem fim. Deu vontade de chorar.



Na chegada, todos os amigos e alunos fazendo a maior festa. Foi demais!! Aquelas coisas que valem à pena. Mas depois de tanto perrengue eu decidi que não quero mais fazer esse tipo de prova. Podem me chamar de coxinha, de fresca, do que quiserem, mas não quero ter que passar por esses perrengues de ficar sem água. É muito sofrimento desnecessário. Tem muita prova por ai, com mesmo nível de dificuldade ou até muito mais casca grossa que oferece boa estrutura para os atletas. Isso não é uma crítica à organização, afinal eles deixaram sempre isso muito bem claro. Só não quero mais passar por essas privações sem necessidade.



Por fim, para quem gosta de provas de alto nível técnico, descidas insanas, subidas inacabáveis e um visual único é uma prova e tanto. Como eles dizem, padrão KTR de dificuldade.


Parabéns à todos que concluíram mais esse desafio. E parabéns especial à todos os alunos Running Club que mandaram muito bem!! Vocês me enchem de orgulho.

Próxima prova agora só em Outubro, Bertioga - Maresias, pois a próxima parada agora são as FÉRIAS!!

#corraisacorra
#neverstoprunning